Formatura: egressos da FGV CDMC evidenciam importância e crescimento do programa
Ao todo, 43 estudantes provenientes da FGV CDMC se formaram nas últimas semanas.
21 de Ciência de Dados e Inteligência Artificial, 12 de Matemática Aplicada, 7 de Economia, 2 de Ciências Sociais e 1 de Direito
Os meses de fevereiro e março marcaram a formatura das turmas de 2024 da Fundação Getulio Vargas (FGV). Dentre tantos novos profissionais prontos para o mercado de trabalho e também para a sequência da vida acadêmica, 43 deles têm uma jornada em comum: a chegada à instituição pelo Centro para o Desenvolvimento da Matemática e Ciências (FGV CDMC).
Criada em 2017, a FGV CDMC é responsável pelo Programa Seleção de Talentos. A iniciativa consiste em selecionar alunos de escolas públicas de todo o Brasil com excelente desempenho e medalhistas em olimpíadas nacionais e oferecer a eles a possibilidade de estudarem na instituição carioca.
Os estudantes, então, são convidados a participar do Vestibular FGV e, caso aprovados no processo seletivo para os cursos de graduação da Fundação no Rio de Janeiro, poderão ser contemplados com bolsa integral, auxílio manutenção e moradia.
As formaturas ocorreram no Centro Cultural da instituição, no Rio de Janeiro, e oficializaram a conclusão de graduação dos seguintes cursos: 21 formados em Ciência de Dados e Inteligência Artificial, 12 em Matemática Aplicada, 7 em Ciências Econômicas, 2 em Ciências Sociais e mais 1 em Direito.
Ciência de Dados e Inteligência Artificial, Economia, Direito, Ciências Sociais e Matemática Aplicada formaram profissionais vindos da FGV CDMC | Foto: Arquivo Pessoal/Allã Douglas Cavalcante Martins
Ex-integrante do Programa Seleção de Talentos foi referência na turma de Ciência de Dados e Inteligência Artificial
Dos 21 alunos que completaram o programa de graduação em Ciência de Dados e Inteligência Artificial na Escola de Matemática Aplicada da FGV (FGV EMAp), Eduardo Adame Salles é oriundo do Programa Seleção de Talentos. Em 2020, ele recebeu um e-mail que o convidava a participar do programa. De prontidão, o aluno de Angra dos Reis demonstrou interesse e fez o curso preparatório para o Vestibular FGV.
Para ele, o respaldo que a FGV fornece aos novatos por meio do CDMC faz toda a diferença para uma melhor adaptação ao ambiente universitário. “Desde o primeiro momento, tivemos muito apoio do CDMC para nos adaptarmos ao Rio de Janeiro e a oportunidade de ter os custos cobertos para estudar na FGV é indescritível. Durante esses anos de graduação, eu decidi aproveitar ao máximo essa oportunidade”, relata Adame, integrante da segunda turma formada em Ciência de Dados e Inteligência Artificial.
Com 17 anos, o fluminense de Angra dos Reis ingressou na FGV ainda em meio à pandemia de Covid-19. Só que Adame não deixou os obstáculos falarem mais alto no momento de assumir grandes e importantes responsabilidades na graduação.
Formado em Ciência de Dados e Inteligência Artificial, Eduardo Adame Salles recebeu Prêmio FGV EMAp de Excelência em Pesquisa | Foto: Arquivo Pessoal
“Eu me envolvi em praticamente tudo que era possível. Participei do programa PICME (do CNPq), que incentiva os alunos a adiantarem o mestrado ou fazerem disciplinas avançadas, fui vice-presidente do Diretório Acadêmico da FGV EMAp por um ano, fui monitor de mais de dez disciplinas e de Cursos de Verão na FGV EMAp, fui a congressos nacionais e internacionais e fui representante da graduação na Comissão Própria de Avaliação (CPA) para receber as visitas do MEC e da Capes de avaliação do curso e da Escola”, cita o recém-formado.
Por toda a sua dedicação e empenho em atividades fora da grade do curso, Adame recebeu, na colação de grau, o Prêmio FGV EMAp de Excelência em Pesquisa como reconhecimento da Escola pelas atividades extracurriculares que influenciaram positivamente a instituição.
Hoje, com apenas 22 anos, Adame possui um leque amplo de possibilidades após a graduação e escolheu permanecer na FGV EMAp, onde cursa o Mestrado em Matemática Aplicada e Ciência de Dados. Em sua visão, a graduação permitiu criar uma base sólida para encarar os próximos passos da carreira acadêmica e o corpo docente disponível da FGV o cativou a se sentir como se estivesse em casa.
“O curso de graduação foi um equilíbrio muito bom entre Matemática e Computação que certamente está a par das mudanças atuais da área. A interação com os professores foi muito boa também esse tempo todo e a infraestrutura disponível foi mais que suficiente para as necessidades da turma”, encerra o novo profissional da área de dados.
Capixaba do interior entre os 12 formados em Matemática Aplicada
Ali mesmo na FGV EMAp, o capixaba Daniel Jacob Tonn se aventurou no curso de Matemática Aplicada. Fisgado pelo Programa Seleção de Talentos na zona rural de Pancas, município a 190 km da capital Vitória, ele atraiu a FGV CDMC por seu desempenho como medalhista em Olimpíadas nos anos de 2016 e 2017.
Recém-formado em Matemática Aplicada, o capixaba Daniel Jacob Tonn permaneceu na FGV EMAp para o Mestrado | Foto: Arquivo Pessoal
No 3⁰ ano do Ensino Médio, Daniel foi convocado para o Vestibular FGV e, na sequência, aprovado pelo projeto em 2020. Cinco anos depois, como matemático formado, ele relembra todas as dificuldades e o quanto sua origem simples o moldou para ser um aluno ainda mais determinado.
“Nasci em uma cidade pequena, onde a infraestrutura e as oportunidades eram muito limitadas. Minha vontade de estudar e crescer sempre foi grande, mas as condições financeiras também me limitavam. Foi então que a FGV CDMC não apenas abriu as portas para mim – ele estendeu um verdadeiro tapete vermelho para que eu pudesse trilhar minha jornada”, relata o capixaba.
A oportunidade de ingressar na graduação em Matemática Aplicada na FGV EMAp foi um divisor de águas na vida do então estudante de Pancas. Durante o curso, ele aprendeu não apenas Matemática, mas foi estimulado a pensar criticamente, resolver problemas complexos e enxergar o mundo sob uma nova perspectiva. Foi um período de amadurecimento intenso, em que cada desafio se transformou em aprendizado e crescimento.
“A experiência no CDMC foi desafiadora. Fui tirado da minha zona de conforto o tempo todo, impulsionado a aprender, explorar e expandir meus limites. Mas cada momento, cada conversa, cada troca de conhecimento fez tudo valer a pena. Lembro das palavras do professor César Camacho em uma das reuniões: ‘Sucesso possui três partes principais: talento, dedicação e o meio em que estou inserido’. Os dois primeiros nós já tínhamos. Eu tinha vontade e esforço, mas foi esse ambiente que me ofereceu acesso ao conhecimento e buscá-lo com autonomia e paixão”, analisa Daniel.
Após a graduação, o capixaba teve sua aprovação em quatro instituições de referência para o Mestrado. Daniel optou por seguir na FGV EMAp. “Escolhi ficar. A qualidade daqui é surreal”, elogia o matemático.
O primeiro egresso da FGV CDMC formado em Direito é do Piauí
Assim como a FGV EMAp, a Escola de Direito do Rio de Janeiro da FGV (FGV Direito Rio), criada em 2002, carrega a tradição de contribuir para a formação de lideranças para pensar o Brasil a longo prazo. Um dos recém-formados da turma de 2024 é o piauiense Allã Douglas Cavalcante Martins, mais um captado pela eficiência da FGV CDMC.
Natural de Cocal de Telha, cidade a 120 km de Teresina, Allã estudava em uma escola na vizinha Capitão de Campos, onde o professor já mantinha conexões com a direção da FGV CDMC.
O piauiense Allã Douglas Cavalcante Martins é o primeiro ex-participante do Programa de Seleção de Talentos do CDMC a se formar na Escola de Direito | Foto: Arquivo Pessoal
Foi ele quem incentivava seus estudantes a participarem de competições como a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e o empenho seria ‘meio caminho andado’ para ser aprovado no Vestibular FGV. Em 2018, então, após várias etapas, Allã se tornou o primeiro estudante do colégio no interior do Piauí aprovado na instituição do Rio de Janeiro. Além disso, ele é o primeiro via FGV CDMC a se formar em Direito.
“A FGV CDMC foi uma oportunidade ímpar, em minha e na vida de muitos outros alunos que fizeram e fazem parte do projeto. Pois, sem ele, muitos de nós nunca teríamos a possibilidade de estudar na instituição. E graças ao Centro, hoje podemos enxergar possibilidades além das que nos eram dadas. Nós nos sentimos capazes de sermos grandes líderes e capazes de alcançar profissões, que antes pareciam distantes da nossa realidade”, destaca o bacharel em Direito.
O início da graduação foi complicado para Allã pela dificuldade na adaptação ao Rio de Janeiro. Por isso, ele ‘trancou’ a matrícula ainda em 2019 e retornou no ano seguinte de forma remota, por restrições da pandemia. “A turma me acolheu bem e foi onde fiz grandes amigos, que me ajudaram no processo de adaptação, de morar em uma cidade grande e de cursar Direito em uma instituição de ensino renomada que exige muita dedicação e estudos”, lembra o piauiense.
Além do acolhimento por parte dos colegas e até de veteranos da turma, outro diferencial da FGV Direito Rio é o fato da Escola ser um pólo de conhecimento, pesquisa e desenvolvimento por conta da elevada qualificação do seu corpo docente - doutores, mestres, pesquisadores e funcionários. Allã reconhece que tudo isso faz com que a unidade reúna condições para formar pesquisadores prontos para o mercado e a academia.
“A FGV me fez enxergar um leque de possibilidades e experiências que não poderia ter experimentado em outra instituição em meu estado natal. A Escola de Direito da FGV é diferente pelo contato próximo de aluno e professor, pela utilização do método socrático durante as aulas, em que o professor incentiva os alunos a participarem ativamente da aula e, consequentemente, a desenvolver raciocínio jurídico, a oratória e seus instrumentos argumentativos”, detalha.
Formado na FGV, Allã continuou com os estudos para seguir uma carreira pública. Ele quer se tornar um delegado de polícia futuramente, mas a Escola aparece também como alternativa mais uma vez com suas opções de pós-graduação.
Na modalidade Lato Sensu, há as opções de LL.M em Direito e Educação Continuada; no Stricto Sensu, Allã pode ter a oportunidade de frequentar aulas de Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado. Ainda no Stricto Sensu, a FGV oferece um inovador Mestrado Profissional em Direito dos Negócios e Arbitragem, integrando teoria e prática para enfrentar os desafios complexos na qualificação de advogados e profissionais jurídicos.
Da turma de 2024, 21 alunos de Ciência de Dados e Inteligência Artificial se formaram na Escola de Matemática Aplicada | Foto: Divulgação/FGV EMAp